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Depois do black face, do yellow face e do red face (quando atores brancos usam truques de maquiagem para interpretar personagens negros, asiáticos e indígenas, tornando outras etnias caricatas), a discussão que vem ganhando voz e provocando debates no âmbito da militância social – principalmente entre os gordos – é a do fat suit.

Explicando resumidamente: Fat suit é o ato de usar roupas com enchimentos, máscaras de látex e técnicas de maquiagem para viver um personagem gordo.

Em ‘O professor aloprado‘, Eddie Murphy usou máscara de látex, roupa com enchimento de espuma e bexigas cheias d’água

A prática não é nova, mas não encontrei nenhum artigo acadêmico sobre a técnica, o que me leva a crer que ainda temos um longo caminho pela frente. Falo aqui única e exclusivamente com a vivência de gorda que tenho. Hoje, com todas as discussões acerca da gordofobia, não deveria passar despercebido o fato de que, para que haja um personagem gordo em um filme, série ou novela, é preciso que um ator magro use uma fantasia. Ora, qual a razão de não buscar um ator gordo?

Na maioria dos filmes em que atores fizeram fizeram uso do fat suit, o personagem era o “gordo pra entreter”: engraçado, desastrado, romanticamente solitário – com exceção de Gwyneth Palthrow em ‘O amor é cego‘, cujo enredo foi uma sucessão de problemáticas -, ou seja, nem a desculpa esfarrapada de que é apenas uma “homenagem” cola nesse caso. É nítida a intenção de ridicularizar o corpo gordo.

Ache os erros ao ver John Travolta fantasiado de mulher gorda em ‘Hairspray

Aqui no Brasil, estamos com o fat suit em pauta Para viver a personagem Leopoldina na próxima novela das 18h, a atriz Letícia Collin fará uso de um macacão com 20kg para ilustrar o ganho de peso em uma determinada passagem de tempo. Provavelmente farão truques de maquiagem para “alargar”o rosto dela também e não ficar tão desproporcional, mas, será que havia mesmo a necessidade de colocar uma roupa para que ela pareça ter engordado?

“Ah, Mari, mas iam fazer o que? Trocar de atrizes só porque em outra fase ela apareceria gorda?”

Depois que a personagem de Drica Morais virou Marjorie Estiano como resultado de uma plástica em “Império”, não acredito que seja difícil a produção buscar uma atriz ao menos com as mesmas características de Leticia Collin que pese 20 quilos a mais.

Já passou da hora de termos personagens gordos vividos por atores gordos, principalmente personagens cuja história tenha enredos além da estrutura corporal. Não adianta ter um programa progressista falando de feminismo enquanto ridiculariza mulheres gordas. Como falei nesse post aqui, é apenas uma falsa sensação de representatividade.  Usar fat suit na caracterização de um personagem é mais uma maneira de esfregar na nossa o quão gordofóbica a grande mídia consegue ser.

A vestimenta usada por Vera Holtz para viver Dona Redonda, em ‘Saramandaia‘, personagem que chegou ao cúmulo de explodir por ser gorda

Se tem uma coisa que mulheres consideradas fora do padrão de beleza curtem, é a representatividade. Eu mesma sou uma das que dá pulos de alegria quando vejo uma gorda estampando capa de revista ou fazendo campanhas fora do nicho da moda Plus Size. Esse sentimento ainda é considerado crucial para que mulheres gordas se amem e se orgulhem de serem quem são.

Mas a representatividade não pode ser só uma palavra jogada ao vento, ou pior, palavra usada apenas com o intuito de lucrar. Claro que esse é o interesse maior de todas as empresas, mas, de que adianta todo um discurso empoderador se as próprias organizações não são um lugar seguro para essas minorias?

A Skol fez uma campanha super bacana sobre sair do seu quadrado e perder a vergonha de qualquer característica fora do padrão de beleza nesse verão, mas quem são as mulheres que a marca contrata para promover seus produtos?

Que cena mais linda, será que eu estou atrapalhando o padrãozinho aí?

O discurso em um tom imperativo para que você não tenha vergonha do seu corpo cai por terra quando não existem pessoas gordas no quadro de funcionários, ou ainda pior, quando não há também uma campanha interna de conscientização contra a gordofobia e seus funcionários continuam tendo atitudes gordofóbicas.

Quando a dupla César Menotti e Fabiano lançou a música Gordinha, eu escrevi esse post problematizando a letra dessa e de outras músicas do tipo, e só faltei ser apedrejada. Várias meninas gordas amaram, se sentiram homenageadas por uma letra totalmente pejorativa e falaram que essa música dava visibilidade às mulheres gordas, que nunca são citadas como musas em músicas românticas. A partir disso, a gente imagina que os dois se relacionem com mulheres gordas, correto? Ora, eles cantam isso, as gordinhas são musas deles!

Só que não

“Ah, Mari, então você quer dizer que não adianta ter dançarina gorda no ballet da Anitta no Criança Esperança?”

Não, de maneira alguma! Eu quero mesmo é que o ballet fixo da Anitta conte com pelo menos uma gorda, e que ela pare de dar declarações gordofóbicas sobre dietas e comidas por aí. Não adianta se exibir em um número, postar uma foto com as dançarinas e dizer que elas arrasam, se não vê “capacidade” (quem viu o número no Criança Esperança atestou que as bailarinas eram ótimas!) em pelo menos uma delas para integrar o quadro de bailarinas para turnês.

Vamos cobrar representatividade sim, mas que vá além do discurso superficial. Precisamos deixar de ser apenas partes de um discurso visando exclusivamente vendas para cobrarmos ações efetivas no combate à gordofobia e nas ações de body positive.

Vamos juntas nessa jornada? Conheça também minhas outras redes sociais para debatermos esse e outros assuntos relacionados ao movimento gordo —> Instagram – FacebookPinterest

É verdade que ele me ama pelo que eu sou. É que pra ele eu sou a mulher mais brilhante e espetacular do mundo. Várias vezes consigo notar o brilho no olhar dele quando a gente conversa sobre os mais diversos assuntos, que vão da nova temporada de ‘Fuller House’ ao abandono de animais. Fico feliz quando estou checando meu look no espelho e o vejo no reflexo sorrindo bobo, me admirando.

Mas ora, quando ele me conheceu, sabia muito pouco sobre mim. Temos alguns anos juntos, mas me derreto quando ele diz que desde a primeira troca de olhares, quis saber mais e mais sobre mim. Ele lembra até hoje a roupa que eu usava na noite em que nos conhecemos, as bebidas que eu tomei e cada passo que eu dei. Certamente gostou do que viu, e nossa aproximação e convivência fez com que virássemos um casal parceiro, que se ama também pela aparência, mas não só por ela.

Pra algumas pessoas é inadmissível um homem dentro dos padrões se relacionar com uma mulher que esteja fora deles – porque fomos acostumadas a admirar ‘barriga de chopp’, enquanto eles nos exigem uma ‘barriga tanquinho’. Já contei em outro post sobre os olhares de incredulidade que recebo sempre que vou à praia com Diego. Na marra aprendi a ignorar. Nosso único interesse é cuidar do relacionamento, para que sigamos admirando um ao outro de maneira integral.

É óbvio que ele me ama pelo que eu sou, e a minha aparência é parte disso. Minhas dobrinhas nas costas, meus pés pequenos e meu cabelo que sofreu um corte químico o encantam tanto quanto as características que moldam a minha personalidade.

Porque bom mesmo é ser amada por inteiro.

Você também já viveu algo assim, amor por inteiro? Me acompanha nas redes e comenta por lá!—> Instagram – FacebookPinterest

Chegou o mês (oficial) do carnaval, e essa é a época de pensar na melhor fantasia para curtir os blocos de rua e/ou bailes que rolam no país inteiro. Aqui no Rio, a abertura não oficial do carnaval de rua rolou dia 8 de janeiro, e, na mesma semana eu corri com algumas amigas para o SAARA (centro de comércio popular daqui) para buscar os adereços que fossem compor minha fantasia.

Confesso que esse ano não estava muito a fim de pensar, queria me preocupar mais com alguns acessórios que fossem confortáveis para a programação intensa de calor e folia, então fiz uma leve pesquisa nas fantasias mais populares de carnaval que poderiam ser feitas em casa. O Google me mostrou uma infinidade de índias, baianas e ciganas, e acendeu o alerta para uma discussão que, apesar de nova, é polêmica e precisa ser falada ano a ano até que todo mundo consiga assimilar.

Precisamos levar em consideração que usar uma fantasia que represente qualquer cultura diferente da nossa não é nem de longe uma homenagem, como muita gente insiste em argumentar. De que adianta vestir um cocar de índio pra curtir o bloco enquanto a população indígena é vítima de genocídio? Ou reduzir a cultura do povo cigano a uma bandana com lantejoulas? Usar como fantasia peças que carregam simbologia para um determinado grupo oprimido é apropriação cultural, e, pode parecer óbvio, mas é nosso dever respeitar as culturas diferentes da nossa.

Dicas do que não usar como fantasia nesse e nos próximos carnavais:

Algo que remeta à alguma religião que não seja a cristã:

 

 Roupas e acessórios que façam alusão a algum povo fora dos padrões eurocêntricos

 

 

 

Jamais faça black/red/yellow face. Não use perucas a fim de simular um cabelo crespo/rastafari. Não faça truques para o seu olho parecer mais puxadinho, nem use pinturas corporais indiscriminadamente.

 

O carnaval é uma festa animada e serve pra gente colocar a criatividade pra fora, pensar em fantasias diferentes e surpreender nossos amigos. Temos uma penca de personagens, animais personalidades, profissões e seres mitológicos que darão ótimas e divertidas fantasias!

 

Já sabe como vai se fantasias nesse carnaval? Me conta nos comentários, e nas próximas semanas vou soltar nas minhas redes sociais as fantasias que escolhi para o carnaval de 2017! Bora lá? —> Instagram – FacebookPinterest

 

 

Chama as amigas noivas pra uma tarde de filmes casamentísticos!

Noivas que estão completamente envolvidas com os preparativos para a cerimônia e festa de casamento costumam ficar estressadas e estressarem quem tá ao redor. Sei disso por experiência própria, tenho poucas amigas passando pela mesma fase que eu e ás vezes tenho a sensação que ninguém aguenta mais me ouvir monotemática, exceto elas! Pra aplacar a ansiedade, que tal assistir a uns filmes sobre casamento, e de quebra, de repente tirar umas ideias para o seu casório? Nesse recesso, fiz uma verdadeira maratona de filmes de casamento, e selecionei cinco para você convidar as amigas noivas e fazer uma sessão de cinema sobre o assunto preferido de vocês!

Agora ou nunca

Juntos desde a faculdade, Eva e Alex resolveram se casar no vilarejo onde se conheceram e dividiram ótimos momentos. Eva chega com suas madrinhas antes, e Alex encara uma greve de controladores de vôo, fazendo com que o casamento seja adiado por algumas vezes e Eva se envolva em uma confusão armada pela mistura de álcool + envolvimento com um cara muito do mau caráter.

Missão madrinha de casamento

A escolha das madrinhas pode ser maravilhosa e ao mesmo tempo desastrosa. Sei que queremos reunir as melhores amigas de vários núcleos sociais, mas precisamos saber se elas estão prontas para conviverem com as diferenças entre elas, que podem ser enormes e causar muito stress. Esse filme fala sobre a disputa entre duas madrinhas que querem ter destaque nos preparativos do casamento da amiga.

Noivas em guerra

“Vou ficar noiva! / Você vai ficar noiva!”

Filme clássico e divertido, que vai do o pedido à lua de mel. O filme fala também sobre a loucura que ronda os preparativos de um casamento, e, de como a gente às vezes esquece das coisas que mais importam nesse processo, como as nossas amizades e a parceria com nosso (a) companheiro (a).

Quatro amigas e um casamento

“Tô muito empolgada!”

Esse filme engloba gordofobia e casamento. Contrariando as expectativas das amigas gordofóbicas, a gorda Becky, vivida por Rebel Wilson (que tal clicar aqui e conferir o estilo da super atriz?) é a primeira da antiga turma da escola a ser pedida em casamento, e convida as mulheres que acreditava serem suas amigas para serem suas madrinhas. Ela só não contava que era o motivo de deboche das outras, justamente porque é gorda.

Você de novo

“Você não pode controlar as coisas que aconteceram com você / Mas pode controlar como você reage à elas”

Esse filme é a clássica comédia norte americana! Marnie Olsen sofreu bullying na escola durante a adolescência, e anos depois, precisa participar dos preparativos do casamento do irmão com a sua algoz, Joanna. E as coincidências não param por aí. A mãe de Marnie também precisa lidar com um “fantasma” do passado durante as organizações para o casamento.

 

Tem mais sugestões de filmes que envolvam casamento? Me conta nos comentários, e não esquece de me seguir nas redes sociais, tá? —> Instagram – FacebookPinterest