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Na época em que uma problematização pode ser classificada em “chique” ou necessária, creio que a gente precisa questionar o que faz parecer uma coisa ou outra. Por mais que o termo esteja mega batido, o “lacre estético” ainda é muito valorizado, e, ousar discordar disso – ou mesmo querer debater algo além – já traz o argumento da problematização desnecessária.

Primeiramente precisamos entender que infelizmente o fato de alguém fazer parte de uma minoria não faz com que seja menos desconstruído, vide a quantidade de mulheres reproduzindo machismo, e a quantidade de pessoas gordas reproduzindo gordofobia. Então a gente precisa, pra ontem, parar de passar a mão na cabeça de alguém só por identificação ou em nome de uma representatividade inexistente. Acho ótimo ver gordas ocupando espaços que antes nos eram negados, mas, honestamente, se for só pra dar close e não passar uma mensagem boa pra quem ainda tá marginalizando o corpo gordo, não faz sentido.

Sim, o país tá vivendo um momento delicado na política, nossos direitos estão sendo cada vez mais diminuídos. Ser mulher é cada dia mais difícil diante de um congresso tão conservador. E pior: temos uma ameaça ainda mais reacionária de governar o país. Mas não é por isso que vamos deixar de discutir falta de acessibilidade, negligência médica, falsas representatividades, padrões de beleza, solidão da mulher gorda dentre outras coisas consideradas “menos importantes” diante do caos social que vivemos no Brasil.

Um passo muito importante é admitir a própria incoerência. Eu, por exemplo, critico muito os posicionamentos da cantora Anitta e dificilmente vou dar audiência pra ela no YouTube ou Spotify – é pouco, eu sei, mas a minha parte eu tô fazendo. Porém, admito que gosto muito do estilo de música feito por ela, e quando toca numa festa eu danço mesmo sem dó – com uma mão no joelho e outra na consciência, como diz o meme. Então assim, eu assumo que curto a obra de algumas personalidades, mas abomino as escolhas pessoais delas. Se meu posicionamento é errado eu não sei, mas é mais honesto que simplesmente falar que quem não concorda comigo está fazendo problematização desnecessária.

Não sei o que pensar sobre a música “Que tiro foi esse?”, forte candidata ao hit do carnaval deste ano. Como a música vem de um meme, não consigo ver problema. Mas, como gorda, não vejo representatividade na Jojo Todynho. As pessoas estão o tempo inteiro debochando dela, do jeito que ela fala, do hábito de usar roupas bem pequenas. Vejo muita gente que “curte a Jojo”, mas na real curte mesmo esse estereótipo de mulher negra-gorda-suburbana que fala gritando e “errado”. As pessoas acham engraçado, é isso. É só ver o sucesso que Terezinha, a personagem de Cacau Protásio no programa ‘Vai que Cola’ faz. Então assim, por que Jojo Todynho faz sucesso e Preta Rara, com todo o seu discurso e suas letras incríveis ainda é uma desconhecida do grande público? Não se trata de competição entre as duas, mas de qual posicionamento é mais aceitável vindo de uma mulher com essas características. Jojo está na boca do povo, virou musa do funk, e, aparentemente questionar qualquer coisa sobre ela virou uma problematização desnecessária.

Cada um é livre para fazer seu entendimento de qualquer situação, além de ter vivências diferentes, e, desde que haja respeito entre as partes, tá valendo. É justo e absolutamente normal não concordar, tá liberado assumir até um guilty pleasure – aquela admiração vergonhosa pela obra de alguém que é escroto -, mas que tal tentar colocar o pé no freio quando alguém tiver uma vivência diferente e tentar entender o questionamento alheio antes de fazer piada?

Uma das minhas maiores características é ser calorenta. Sinto muito calor e suo muito, então sou super fresca com os tecidos das peças que compro, e também evito mangas ao máximo, já que vivo no Rio de Janeiro. Aqui faz no máximo 5 dias de frio mesmo – aquele geladão, que faz a gente querer comer fondue e dormir de meias – e mais um ou outro dia mais fresco, daqueles em que a maquiagem não derrete e vale um casaquinho por cima.

Quando chega o inverno fico ansiosa para aproveitar e usar terceiras peças como se não houvesse amanhã, haha. Na verdade, como eu oscilo entre o basiquinho e a extravaganza, minhas terceiras peças são bem variadas e eu tenho opções para qualquer tipo de programa.

Elegi algumas peças que têm sido presente na estação para compartilhar. A maioria delas foi comprada há algum tempo, mas, como são básicas, com certeza dá pra achar em outras lojas com uma nova roupagem.

Colete Jeans

Para aqueles dias em que o frio dá uma trégua e você quer usar um vestido mais abertinho sem receber vento nas costas, o colete é ideal. Eu tenho um jeans que combina bem com tudo, mas ele pode ser também de crochê, couro, ou qualquer outro tipo de tecido ou material. Esse eu comprei na Leader e é tamanho regular (tá até ficando pequeno, mas sou muito apegada, haha), mas você pode encontrar coletes na Alley Blue, na Posthaus ou na Flaminga.

Suéter 

Confesso que a minha preferência é sempre pelos modelos de casacos que eu possa abrir e fechar, mas andava louca por uma peça “peludinha”. Minha avó me comprou um bege, mas achei que cinza casaria melhor com as roupas que tenho no meu armário e troquei. Esse é da C&A, que tá abarrotada de casacos com essas penugens, tem em várias cores diferentes, inclusive. Meu tamanho dele é G, se você for maior que eu o GG provavelmente vai caber. Ele é super quentinho! Você pode achar suéteres grandes na Ashua, na Marisa, e na Posthaus.

Jaqueta jeans

A peça mais curinga e salvadora do meu guarda-roupas! Uso no verão pra ir ao cinema com ar condicionado tinindo, uso no outono, no inverno e na primavera! Combina com todas as cores e estampas, com short ou vestido. Jaqueta jeans é daquelas peças necessárias no guarda-roupas de quem curte moda, seja qual for o estilo. A minha é uma GG da linha regular da Renner, mas a Posthaus tem uma maravilhosa (e você pode escolher se quer clara ou escura), e a Chica Bolacha tá lançando uma jeans oversized mara!

Pele falsa

Como eu disse no post em que falei sobre as tendências dos anos 2000 que voltaram com tudo, as falsas peles (em 2000 muita gente ainda tolerava as verdadeiras, hoje é considerado cafonérrimo) estão bombando! Eu tava louca por esse casaco da We Love Ateliê há um tempão, desejei tanto que ganhei de presente no dia dos namorados. Gente, ele é super quentinho por dentro, sem contar que dá vontade de ir até na padaria com ele, só pelo close mesmo, haha. Você consegue comprar casaco de pelúcia também na Oh!Querida e na CanCan Store.

Bom, meios de nos mantermos quentinhas e estilosas nesse inverno não faltam, né? E vocês, qual peça estão usando para se aquecerem na estação mais fria do ano?

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Imersa no mundo das noivas desde 2014, quando fui pedida em casamento, tenho me chocado cada vez mais com tudo o que tenho visto em conversas sobre festas e celebrações de casamento. Para quem sempre sonhou com uma festa perfeita, e mesmo para quem passou a sonhar após o pedido, a organização da festa e dos detalhes é um período de sentimentos mistos. Alegria, frustração e estresse são os mais comuns por aqui, e nem sempre quem está de fora de tudo isso vai entender ou dimensionar essas situações. É nesse ponto que eu queria chegar.

No meu grupo de amigas, tenho somente mais uma que está na mesma vibe que eu, e estamos sempre trocando figurinhas sobre buffets, decorações e lembrancinhas, além das discussões com nossos noivos, preocupações com eventuais estouros de orçamento, coisas que somente quem está passando sabe o que é.

Vejo muitas mulheres reclamando pela amiga que não quer ir à feira de casamentos, pela mãe que acha exagero ou a prima que diz que “tá aqui para o que for preciso”, mas desaparece quando começamos a nos lamentar e falar sem parar sobre preços de forminhas, cores de sousplat e sabores de bolo. Gente, precisamos entender que, na maioria das vezes, esse assunto é uma chatice para quem não está envolvido na festa. Se chatear por isso é um gasto de energia e tempo, e olha que essas duas coisas geralmente são escassas para quem está planejando uma festa de casamento.

Tem também aquelas noivas que exigem das madrinhas cor e modelo específico de vestido e vão esbravejar na internet quando uma das madrinhas explica que não se sente confortável com aquele vestido. Já falei sobre relação entre noivas e madrinhas neste post aqui, mas, fico assustada quando leio frases como “se ela não quiser, troque de madrinha” ou “seu casamento, suas regras”. Tem noiva que fica tão autocentrada que chega a falar “se a minha madrinha tem consideração por mim, com certeza vai ceder aos meus pedidos” – obviamente que nessa altura o ego da noiva está tão grande que ela já ultrapassou todos os limites, mas parece não ter se dado conta disso.

Além disso, vejo mulheres reclamando dos próprios convidados. Algumas dizem que seus convidados vão “encher a barriga e sair falando mal da festa”, além das reclamações por não terem ganho presentes, afinal “estão investindo muito dinheiro na festa e precisam ter um retorno”, e, aparentemente não dar presente significa não ter consideração. Fico imaginando se essas pessoas se ouvem ou se lêem ao falar essas coisas. Qual a razão de convidar para o seu casamento gente que só tá interessada em comer, e não em comemorar com você e seu noivo? Sem contar que estar presente em um casamento muitas vezes custa caro. Uma roupa nova, aquela ida ao salão, o deslocamento… Às vezes não dá para comprarem presente, e tudo bem, porque por muitas vezes a pessoa está se esforçando para estar ali com vocês, e isso deveria bastar.

“Ai, mas o casamento é meu, eu faço do jeito que eu quiser”

“Ser noiva é muito mais que ser uma top diva”

Bom, você não casa sozinha, já começa por aí. A participação do noivo deveria ser importante, envolvê-lo nos preparativos e deixá-lo responsável por tomar algumas decisões é importante, demonstra parceria. Além do mais, uma festa precisa ser, além de agradável para os anfitriões, divertida para os convidados. Senão é mais fácil viajar com o boy e fazerem um elopement wedding (aqueles casamentos que só contam com o casal, um celebrante e o fotógrafo). Qual é a razão de fazer uma festa pensando só na sua diversão?

É verdade que todo mundo gosta de se sentir importante, e o casamento nos proporciona isso. Mas precisamos sempre lembrar qual é a razão  para esta comemoração, e principalmente, o motivo para a celebração e festa estarem acontecendo.

 

Hoje começa mais uma novela das nove (quando eu era criança as novelas eram “das oito”), e teremos a talentosíssima Mariana Xavier no papel de Abigail, uma secretária que deverá enveredar pelo caminho das passarelas da moda Plus Size. Já tive a oportunidade de conversar com a minha xará – conversa que rendeu esse post-, e ela mesma declarou o desejo de viver uma personagem em que não houvesse nenhuma questão ou menção envolvendo seu biotipo físico.

Claro que ficaremos felizes por termos uma atriz fora dos padrões de beleza ocupando espaço no espaço premium da televisão, mas será mesmo que Abigail vai ser uma personagem daquelas que nos representará? Ou sua trama vai girar em torno de seu corpo gordo?

Puxando aqui pela memória, busquei três personagens gordas de novelas globais que foram absurdamente estereotipadas. O final de duas destas personagens foi praticamente o mesmo; de uma delas foi absurdamente ridículo, “em nome do humor”. Vamos lá:

Carola (Fernanda Souza) – O Profeta

A problematização começa quando sabemos que a atriz Fernanda Souza precisou engordar sete quilos para viver Carola, no remake de “O Profeta” em 2006. Ora, não haviam atrizes com o corpo desejado para viver a personagem? Pois bem, Carola era uma professora não-magra que, obviamente era desastrada e não entendia de moda ou beleza. Devido a isso, era motivo de vergonha para os seus pais e vivia mal humorada e sozinha. A trama de Carola é basicamente seu insucesso amoroso e sua tentativa de se tornar uma mulher bonita, ou seja, magra. No fim, a personagem tem um “final feliz”, casando com um rapaz tão desajeitado e tímido quanto ela.

Perséfone (Fabiana Karla) – Amor à vida

Perséfone foi a primeira personagem de destaque de Fabiana Karla em uma novela. Tratava-se de uma enfermeira que tinha a virgindade – ligada ao fato de ser uma mulher gorda e não desejada pelo gênero oposto- como ponto central de sua história. A personagem tinha o clichê da gorda romântica e sonhadora, mas protagonizou cenas de “comédia” (entre aspas mesmo, porque não tinha nenhuma graça) a cada tentativa de perder a virgindade. Perséfone conheceu Daniel, se apaixonou e casou, enfrentando ainda a ira de sua sogra, que não a aceitava pelo simples fato de ser gorda. A personagem ainda tinha uma música esdrúxula como tema – falei dela nesse post aqui. Óbvio que no fim ficou tudo bem e Perséfone foi feliz com seu amado.

Dona Redonda (Vera Holtz) – Saramandaia

De longe a mais ofensiva das personagens. Dona Redonda tinha várias problemáticas, a começar pelo fat suit (não sabe o que é? falei sobre nesse post aqui) usado, para que Vera Holtz ficasse o mais caricata possível. Quase todas as aparições da personagem tiravam sarro de seu tamanho e de sua fome – sim, Dona Redonda comia compulsivamente e isso era tratado como algo engraçado. Além disso, era casada com um personagem bem magro e pequeno, pra dar o tom de comédia no “desequilíbrio” do casal. Dona Redonda teve um fim bizarro: explodiu de tão gorda.

Fica aqui a torcida para que Abigail seja uma personagem que nos surpreenda  e dê um super destaque para a visibilidade de mulheres gordas, e não mais um reprodutor de estereótipos.

 

A semana passada foi super corrida pra mim e nem consegui postar avisando a vocês sobre o Hashtag Bazar, só avisei lá pelo Instagram, e mesmo assim no dia anterior! O evento, que geralmente acontece no Flamengo, dessa vez rolou no salão do Tijuca Tênis Clube, e, pra mim foi o melhor! Espaço amplo, vários ambientes, mais stands… Tudo de bom mesmo! E ainda teve euzinha, vendendo as pecinhas que estavam fazendo hora extra no meu armário. Dá pra acreditar que eu tinha até roupa com etiqueta que nunca usei? Preciso parar de comprar por impulso pra ontem, mas isso é assunto para um outro post.

O Hashtag é, além de um evento de compras, um super espaço pra gente trocar ideia e se sentir à vontade. É quase como uma bolha, onde o corpo gordo é respeitado e levado em consideração em vários aspectos, o que faz a gente querer passar mais e mais tempo por lá, seja encontrando as migas, participando da roda de conversa ou assistindo os desfiles.
Várias gatas lindas passaram por lá, e eu registrei os looks delas para inspirar as leitoras que tem alguma dificuldade com roupas e estilo!

  @cacauprotasio e @milamnunes

@htagbazar, @comovaigordinha e @anariesemberg

 

@tamiresloopes e @alexiagaspar

O Hashtag acontece mensalmente, e, para ficar de olho nas novidades do bazar, é bacana acompanhar a fanpage do evento!