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♫ Vem chegando o verão, um calor no corpo inteiro  coração 

Depois de uns dias estranhando a chuva e o tempo ameno, o sooooooooooool brilhou mais uma vez, e veio com tudo! Animadas para desfilar o corpão pela praia ou na beira da piscina?


Pra começo de conversa: não existe um modelo ideal de biquíni – ou de qualquer outra roupa – para mulheres plus size. O que mais importa é que o tamanho seja realmente grande, e, que a mulher se sinta confortável usando a roupa na praia, um lugar onde infelizmente ela é alvo de julgamentos de gente sem noção.
Caminhando naturalmente pela praia
Durante esse ano, quando comecei a me engajar mais na militância contra a gordofobia, percebi um monte de mulheres gordas criando voz e coragem para aproveitarem os dias de sol na praia ou na piscina, sem medo de olhares maldosos. Algumas ainda preferem maiô, mais por conforto – principalmente quem tem crianças e quer ficar mais à vontade pra pegar a cria no colo, sentar na areia pra construir castelos, etc.

Mas não é porque é maiô que tem que ser feio, né? Como acontece também com as roupas de dia a dia, grandes lojas que oferecem roupas de praia de tamanhos maiores que os “convencionais” tem umas estampas e uns cortes meio nada a ver com nada… Mas como a mulherada tá com a boca no trombone, tem surgido marcas cada vez mais legais e democráticas para nós, e eu vou mostrar algumas para vocês já escolherem seus modelos pra causar aquele BANG na praia ou piscina.

Ganhei esse biquíni de natal do meu noivo, mas ainda não chegou. Quem tem, ama! O atendimento da Sandra também é tudo de bom e ela é uma fofa. Os biquínis ou maiôs podem ser feitos sob medida, e ela tem um monte de estampas legais!
A F.A.T – sigla para For All Types – chegou arrasando e mostrando que a moda não só pode como deve ser democrática! Um dos modelos mais usados nesse verão, o biquíni geométrico, é o sucesso da marca, que também faz sob medida. Além de biquínis, a FAT também faz sucesso com suas lingeries, que são lindas.

Outra queridinha das lingeries, a Virall montou um editorial lindo de moda praia com mulheres de diversos tamanhos! Cheia de estampas fofas, a marca dá a possibilidade de você montar seu biquíni, e tem essa pegada retrô super fofa. Não se assuste ao ver os tamanhos convencionais (P ao GG): é só entrar em contato que você vai poder dar suas medidas, e logo ter seu biquíni prontinho.
Curtiu? Tem mais alguma sugestão de loja que vende biquínis lindos e estilosos para gordas? Comenta aqui embaixo e me conta! Não esqueçam do filtro solar, de se hidratarem e aproveitem muito o verão que tá só começando!

Um dos círculos sociais mais gordofóbicos é a moda. Tá ali pau a pau com o futebol como tribunal de exceção. Já teve até CEO de marca famosa assumindo que faz tamanhos pequenos por não querer suas roupas em corpos gordos. É mole? Fast fashion, então, é sonho. A maioria vai até o 48 – e olhe lá.
De uns 5 anos pra cá, as mulheres gordas começaram a ter opções além do conjuntinho da vovó, e o mercado plus size deu um salto bem bacana, nos dando mais opções e nos permitindo criar um estilo próprio ao invés do “visto o que cabe”. Bom, né?

Nem tanto. As marcas – muitas delas com suas estilistas magras – parecem que estão nos fazendo favores existido. Não conhecem as nossas demandas, não se esforçam em nos dar opções mais finas, e o pior pra mim: cobram um preço absurdo por tecidos nem tão nobres e com umas estampas de gosto bem duvidoso.

A linda da Babu Carreira lançou a hashtag #escutamodaplus no último mês, encabeçando um manifesto com outros produtoras de conteúdo na internet que não se contentam com pouco e querem lojas cada vez mais modernas e que respeitem suas consumidoras.

A última postagem foi na semana passada, falando sobre cinco peças que gostaríamos de ver com frequência nas lojas especializadas em tamanhos grandes. Atrasiane que sou, aqui vão as minhas escolhas, levando em conta os trends pro verão.

1. Hot pants

Não é bermuda, não é short saia, não é nem short jeans – que também não é um dos itens mais presentes em catálogos plus size. Tô falando de hot pants. Aqueles shorts que tem o cós bem acima do umbigo, e o comprimento bem curto, aparecendo a polpa da bunda. O que mais me irrita com os hot pants é que, pras gordas, eles são onipresentes quando falamos de biquínis – afinal, gorda tem que esconder o máximo do corpo-, mas pra tomar um chopp com as amigas, dar uma volta no shopping ou dar uma simples saidinha com o boy (ou a girl), aí já é baixaria.

2. Kiini

Falando em biquíni, taí algo que me frustra. É claro que avançamos muito no último ano – 2015 veio com gratas surpresas de marcas de biquíni para gordas -, mas ainda estamos presas ao hot pant e ao maiô. Esses biquínis de algodão com crochê estão super na moda, mas é sempre na linha P/M/G, e ainda assim numa modelagem minúscula, de dar dó. Queria tanto um modelo desse pra dar pinta na praia e na piscina nesse verão…

3. Maxi dress

“Andei, andei, andei até encontrar…”
Algumas camisetas e vestidos de lojas de departamentos (que geralmente vão até o GG) até cabem em mim, mas nesse caso, não rola. Essa mistura de camiseta com vestido longe é linda, e ficaria perfeita com os também inexistentes hot pants plus size, haha. Parece que a Wear Ever tem até o EG, mas, ainda assim, fica meio apertado. Uma pena.
4. Cropped top de crochê
                             

Como eu disse lá na introdução, o surgimento de marcas plus size nos permitiu criar um estilo próprio. Meu estilo é algo bem particular e abusado. Barriga de fora, decote… e o verão é a época certa pra abusar em mostrar o corpo! Seria lindo se eu pudesse aproveitar o pós praia com um cropped desses de crochê, lindíssimo. E daí que meus peitos são “caídos”?

5. Vestidos vazados na cintura

Amo vestidos! Fresquinhos, de alcinhas, e se forem estampados, melhor ainda. Tenho visto nas fast fashion um monte de vestidos e macaquinhos “vazados” na cintura, garantindo mais um pouquinho de corpo de fora. São lindos, mas, infelizmente as gordas foram privadas dessa tendência. Com um monte de mulher segura e empoderada sobre o próprio corpo, será que tem marca achando que não colocaremos nossos “pneus” de fora?
E você, tem algo que gostaria muito de usar, mas não acha em loja nenhuma? Me conta!

Chegou a época do ano em que as pessoas ficam enlouquecidas, gastam o décimo terceiro e compram aquilo que por muitas vezes vêm sonhando durante o ano: a Back Friday. A data, importada dos Estados Unidos, se trata da última sexta-feira de novembro, o dia após o feriado de Ação de Graças. Todo o comércio – de supermercados à concessionária de automóveis – oferece descontos generosos, e as filas começam ainda na noite anterior, logo após o jantar de Ação de Graças!

Quando eu fiz intercâmbio, lembro de ter passado a noite na fila de uma loja de eletrônicos. Tava um frio absurdo, lembro dos meus pés congelando, mas consegui comprar um laptop e um multifuncional – isso láááá em 2008.
Se eu não me engano, tem uns 3 ou 4 anos que o comércio brasileiro implantou a BF. Alguns descontos são realmente bons, mas às vezes tem umas furadas, então é bom tomar cuidado, rs.
Algumas lojas de moda plus size já começaram o esquenta para a Black Friday, outras vão dar descontos só no dia – e eu estou sofrendo-, mas fiz uma listinha com o que eu gostaria de comprar. Bem que eu queria comprar tudo, mas além de eu não PRECISAR, não tô com grana. Espero que dê pra aproveitar uma ou outra ofertinha, haha.
Vem comigo conferir a lista!

Essa jaqueta é apenas linda. Eu comprei no meu aniversário, mas esqueci no Maracanã e nunca mais achei – ainda tentei ir no achados e perdidos, mas não estava mais lá… Tá na minha lista, mas não sei se vou comprá-la, ainda mais com o verão chegando aí.

Eu acho que sou a única mulher no mundo que ainda não comprou o famoso strappy bra. Nem tenho vontade, na verdade. Mas esse vestido meio que imita o efeito, e tô bem apaixonada. Sem contar que é preto, combina com tudo, qualquer sapato. Lindo demais, e eu espero que ele esteja com 50% de desconto HAHAHA
Eu tô louca num short saia assim meio jeans. Como pedi sob medida pras festas de final de ano (assim que chegar mostro em primeira mão aqui no blog), talvez eu deixe passar essa oferta, mas olha, o modelo é lindo, e tem em 3 cores. O melhor? Segundo as medidas do site, tem para mulheres realmente gordas, amor demais.
Esse vestido é a cara do verão! Florido e com essa pegada mais romântica, essa peça ainda parece ser super fresquinha e é decotada nas costas! Vai bem com sapatilha, sandália, um cordãozinho fofo… Apesar de estampada, é uma super peça coringa.
Eu estou completamente VIDRADA nessa camisola! Eu nem tenho o hábito de usar isso, gosto de dormir super à vontade, mas, deusa, que coisa linda. Pretinha básica, pra usar com uma calcinha de renda por baixo e se sentir linda, ou ainda seduzir o/a parceiro/a… O preço tá 12% off (torcendo pra que sexta baixe mais), e os tamanhos também parecem ser bem generosos, de acordo com a tabela de medidas. Se joguem, meninas!
Curtiram? E vocês, fazendo contas planos para gastar na Black Friday, ou vão segurar a grana pra algo diferente? 


Ainda sou novata nessa coisa de blog de moda, mas algumas blogueiras criaram uma hashtag que promete mostrar que disputa entre mulheres ta mais que demodé – a #juntassomosmaiores.

Trata-se de uma união entre produtoras de conteúdo para a internet que curtem quebrar uns paradigmas por aí de quem ainda acredita que existe roupas proibidas pra um ou outro tipo de corpo. 
Através da hashtag, podemos encontrar em blogs e nas redes sociais um monte de looks lindos e inspiradores, para encorajar as meninas que ainda não se sentem confiantes ao vestir roupas que ainda são um “tabu” no corpo de gordas.
O primeiro desafio da campanha foi com leggings coloridas ou estampadas. Como não sou muito fã de legging,acabei passando. Eis que ontem, o tema foi estampa listrada.
Vendo os posts com looks listrados
Pouca gente sabe, mas a história das listras na moda é curiosa. Na Idade Média, usar roupas listradas era uma característica dos “desviados”, dos que gostavam de escandalizar a sociedade, e também dos condenados – daí aquela ideia de roupa clássica de presidiário, com listras em preto e branco. Ora, tirando a parte de sermos condenadas, acho que nos encaixamos todas na parte da transgressão, certo? Quem não curte dar aquela sambada na cara da sociedade usando listras horizontais?
Eu sou uma entusiasta de roupa listrada, principalmente se tiver azul marinho e branco, fazendo um estilo mais navy – acho que pelos looks abaixo dá pra perceber, rs. Separei algumas das minhas roupas favoritas com listras, mas ainda tenho muito mais no armário. Tem camiseta, tem cropped (pra derrubar o forninho dos gordofóbicos de vez), tem vestido… Vem comigo dar uma olhada!

Curtiram? Várias lojas físicas e online possuem roupas com listras horizontais ou verticais para vocês saírem maravilhosas por aí! Se joga, use seu look e compartilhe nas redes com a hashtag #juntassomosmaiores. Só tem look lacrador, aposto que o seu vai estar também!

Um dos assuntos que eu mais gosto de falar aqui é sobre representatividade. Raramente vemos mulheres fora dos padrões em destaque na mídia, e a minha intenção é trazer mais pra perto de nós alguns desses exemplos. Estreando a seção ‘Entre nós’, o blog recebe hoje a maravilhosa Mariana Xavier, que atualmente está na pele da sensual Claudete em I Love Paraisópolis. Hoje o papo é de Mari pra Mari!

Vestindo uma jardineira jeans – hit do último verão e que voltará com tudo no próximo-, a atriz sentou comigo e bateu um papo para falar de representatividade, insegurança, autoestima, moda, saúde e muito mais. 
Vem comigo!

Da rua pra lua (Mari R): Quem trabalha com imagem sabe que existe um fantasma chamado PERFIL. Perfil de TV, perfil de teatro, cinema… você já sentiu alguma dificuldade para conseguir papeis?

Mariana Xavier: Sim. Já melhorou muito nesse sentido, mas o que eu continuo falando é que realmente ainda existe essa coisa de estereotipar o gordo como sendo engraçado. Acabam muitas vezes escalando pessoas gordas só quando o roteiro pede especificamente isso. Como a gorda que vai ser rejeitada, ou a gorda que é pegadora, é sempre em geral, associado ao estereótipo.  Infelizmente não é algo que acontece só com os gordos. Acontece com os negros, com os orientais. As “cotas” que não são oficiais, mas que acabam existindo – até pra que o público compre aquela historia

Mari R: A Claudete, sua personagem em I Love Paraisópolis é uma mulher cheia de autoconfiança, segura e sensual. Você também se sente assim no dia a dia?
Mari X: Eu não sou essa pessoa com a autoestima inabalável que vocês imaginam, até porque isso não existe. Eu sou uma pessoa como outra qualquer. Eu tenho os meus momentos de baixa autoestima, eu tenho meus momentos de insegurança, e não são poucos. Por eu ser uma pessoa alto astral na maior parte do tempo, as pessoas acabam achando que eu tenho essa segurança enorme e não é bem assim. Fico insegura na hora da paquera, sem saber se o cara tá dando em cima de mim ou é só deboche… isso não tem nada a ver com o meu peso, porque quando eu era magra, tinha as mesmas inseguranças.

Mari vive Claudete, a pegadora de I Love Paraisópolis

Foto: Rede Globo (divulgação)

Mari R: Tem também aquelas pessoas que aproveitam o “anonimato” que a internet dá para ofender e atacar os outros, principalmente quando é alguém fora dos padrões e que está aparentemente feliz do jeito que é. Como você lida com os haters?

Mari X: Eu fico muito triste. Mais do que com raiva, eu me preocupo com as gerações que vem por aí. As pessoas estão se alimentando de ódio, de diminuir o outro pra se sentirem melhor, e isso é muito louco. Tenho tentado exercitar a capacidade de abstração nessas horas. Tem muita coisa que eu leio e tenho vontade de responder, mas respiro fundo e penso “mariana, não adianta. Você vai se desgastar e a pessoa não vai mudar em 140 caracteres” (no caso do Twitter)

Mari R: A nossa sociedade costuma relevar e muitas vezes endeusar homens fora dos padrões, a barriguinha de chopp, o careca, o barbudão. Mas ainda existe o mito de que a  mulher gorda é relaxada, não se cuida, não é vaidosa. Dentro disso tudo, a que você atribui essa cobrança mais pesada direcionada às mulheres?

Isso é cultural, a gente vive numa sociedade muito machista, crescemos durante todos esses anos com essa mentalidade distorcida de que o papel do homem é outro, ele não precisa ser bonito, cheiroso, saudável. Já com a mulher, a cobrança é maior. Infelizmente é uma cultura muito antiga e muito difícil de mudar. Do mesmo modo que rola também essa imagem distorcida que as pessoas tem de que o gordo fica o dia inteiro em casa sedentário agarrado com uma panela de brigadeiro. Ninguém pensa em quantos fatores podem ter feito uma pessoa engordar, na história que as pessoas carregam. Assisto um programa no Discovery e fico chocada com a quantidade de histórias em que as pessoas se tornaram obesas em função de traumas, abusos, e isso é muito triste, vai além do querer ou não estar gordo.

Mari R: Você está acostumada a postar seus looks nas suas redes sociais, e sempre tem um monte de menina perguntando de onde é. Para muitas, a surpresa é que você volta e meia tá usando modelitos de fast fashion, mostrando que as lojas estão mais atenta às mulheres fora dos padrões que a moda geralmente impõe. Como você vê esse nicho se expandindo?

Mari X:  Há 10 anos as pessoas que vestiam acima do 46 não tinham o direito de ter estilo, o estilo era o que cabia, o que servia. Achavam que só porque uma pessoa engodou ela ficou cafona e você tem que se vestir de sofá, de cortina, capa de botijão de gás (risos). Eu fico muito feliz de mostrar pras pessoas que dá pra se vestir bem mesmo usando um número maior que o 46 e gastando pouco. Eu adoro fast fashion, conheço todas!
Além disso, ainda tem muita gente apegada às regras, ditaduras. Dizem que gordo não pode usar roupas justas, listras horizontais ou estampas. Eu amo rasgar essas regras, sabe? Comecei a ficar mais vaidosa e desenvolver um estilo de me vestir e virar referência a partir do momento em que eu abri a minha cabeça e resolvi experimentar coisas que eu jamais imaginei que fosse usar. Tenho 1,50m e já usei longo vermelho em festas.

Gorda usando branco? PODE!
Foto de Sergio Baia (divulgação)

Mari R: Você encoraja várias outras mulheres a se aceitarem e aumentarem a autoestima quando posta foto de biquíni, de shortinho, etc. Se sente responsável pelo empoderamento dessas mulheres?

É muito pretensioso dizer que sou responsável por um movimento, mas fico feliz com os depoimentos das pessoas que passaram a enxergar as coisas de outra maneira, principalmente quando me vêem fazendo exercícios e se sentem motivadas a fazerem também. A frase feita que eu mais repito é: “Não me orgulho de ser gorda. Me orgulho de saber que meu peso não mede meu valor”.
As pessoas entram numa de falar “Se você gosta de ser gorda, é por que encolhe barriga na foto? Poxa, qualquer pessoa quando vai tirar foto vai procurar o melhor ângulos. Se aceitar é você conhecer seu corpo, respeitar e saber que ele carrega a sua história de vida e isso não pode ser ignorado. Dentro disso você vai valorizar o que curte mais, disfarçar o que não gosta, tentar melhorar o que te incomoda.

Mari R: Que recado você deixaria para as leitoras do Da rua pra lua?

Meninas, se cuidem de dentro pra fora! Nenhuma ditadura é boa. Busquem o equilíbrio em tudo, pro corpo e pra alma. Procurem descobrir uma atividade que você goste de fazer, e faça por você em primeiro lugar, pra você se sentir bem. Pessoas tentando diminuir a gente sempre vão existir, mas a gente não pode deixar isso ser maior que o valor que a gente reconhece em nós mesmos. Se conhecer é a maior dica que eu posso deixar. Saber o seu valor, independente de “embalagem”.

Encontro de Maris!