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A Mari

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Durante muito tempo eu achava que estava solteira por conta do meu corpo fora dos padrões (eu me considerava fora, hoje vejo que sou ALÉM) impostos pela sociedade. Eu tinha muitos amigos homens, todos me adoravam, e cansei de ouvir o chavão “você não faz o meu tipo”, ou “não tenho preconceito, mas não me sinto atraído por gordas”. Achava mesmo que o problema desse role era comigo, que estava gorda, afinal, ninguém se sentiria atraído por mim “daquele jeito”.
Ora, ora.
Aos poucos, fui descobrindo que gosto é construção social. Desde cedo somos influenciados a ver beleza em quem está na TV, nas capas de revistas, outdoors. Ainda crianças, meninas tem como objetivo idealizam ser como a mocinha da novela, magra, loura, sensual. Ninguém se aproxima da gorda, a não ser que seja pra cumprir uma aposta. Crescemos acreditando que a melhor companhia para um gordo é a comida, que pessoas atléticas/magras não se interessam afetivamente por quem tem um biotipo físico diferente dos dela. Eu cresci acreditando nisso.
Cresci acreditando que meu papo, meu jeito na cama e minha inteligência tinham que ser acima da média para compensar o fato de ser gorda. De repente, daria a sorte de alguém se aproximar de mim por eu ser gente boa, ou poderia “prender” um cara por ser incansável no sexo. 
Com pensamento eu fui ladeira abaixo nos meus relacionamentos. Namoro abusivo, peguete às escondidas – o cara me levava pro bar, sentávamos na mesa do fundo, e quando íamos embora o cara simplesmente não me dava a mão-, fuck buddy que transava comigo, mas namorava mulheres magras. Pior que eu deixar fazerem isso comigo, é alguém ter a cretinice de fazê-lo.
Então um dia eu conheci um cara. 
Esse cara era educado, amigo, encantador. Eu estava convicta que seguiria na vida ciscando aqui e ali sem envolvimento amoroso, e esse cara passou uma noite inteira olhando nos meus olhos, olhando além do meu tamanho. Inicialmente eu desconfiei, afinal, o que um cara como ele – que tinha, além de um sorriso perfeito, gominhos no abdômen- ia querer com uma gorda que mal fechava uma calça 46? Acontece que ele viu algo em mim que eu não tinha descoberto, e me ajudou durante meu processo de autoaceitação. Ele colaborou para que eu visse que sou muito além de números – na balança ou na etiqueta de roupas -, e, mais que isso, hoje ele é um grande incentivador desse blog, onde eu escrevo com o objetivo de empoderar mais e mais mulheres que porventura se sintam pra baixo.
Esse olhar 
O que eu quis dizer com esse post? 
Por favor, não deixem que o mau caratismo de algumas pessoas faça com que você se sinta diminuída. Você, como qualquer outra pessoa, é merecedora do tão sonhado “final feliz”, seja ele qual for. Abra seu coração e sua mente, acredite na ideia de que o amor vai além de aparência física, seja exatamente quem você é. Antes de querer agradar qualquer outra pessoa, lembre-se de você, de estar confortável consigo mesma. O amor começa em cada um de nós, e a melhor história que podemos viver é com nós mesmos. Sei que esse último parágrafo pareceu retirado de um livro de auto-ajuda, mas não dá pra fugir do clichê quando falamos do mais nobre dos sentimentos, o amor.
Foto tirada pela maravilhosa Jéssica, na nossa festa de noivado
Na última quarta-feira, compartilhei no meu perfil do Facebook uma situação bizarra que passei durante uma transmissão no trabalho. Segue a publicação para vocês entenderem melhor:

O Thales, meu parceiro de trabalho, escreveu um artigo para uma revista no Medium sobre esse caso.

Clique aqui pra ler as maravilhas que o Thalão falou sobre mim :p
Mas hoje eu não vou falar sobre a gordofobia que rola nos estádios, nas redações, na nossa sociedade. Hoje eu não quero medir a pequenez de quem acha que constranger uma mulher – que pra piorar, estava trabalhando- deveria ser elogio.
Este post é sobre as mensagens de apoio que eu recebi. Eu, que tive receio de escrever e parecer estar reclamado do que seria um “ônus” da profissão que escolhi. Eu, que por duas vezes internalizei as lágrimas para não chorar na frente de desconhecidos enquanto rolava o show de horror.
Após publicar no Medium, o Thales compartilhou no Twitter. E no Facebook. E eu compartilhei nas páginas feminijas, principalmente as que falam de imprensa e mídia. Amigos, a minha fala tomou um alcance que eu jamais imaginei, e eu recebi mensagens, desabafos, agradecimentos, pedidos de desculpa. De estudantes, de professoras, de jornalistas. Gordas e magras. Do Piauí à Porto Alegre, e até de Buenos Aires. Mulheres que são frequentemente silenciadas nos estádios de futebol, nas redações em que trabalham, na família, em sala de aula. Infelizmente, eu não estou sozinha nessa.
Me agradeceram pela coragem de expor um problema presente nos nossos estádios, ringues, nos fóruns de games, escritórios de engenharia. Desabafaram porque já não aguentam mais o preconceito de gênero. 
O que eu vou falar é clichê, mas lá vai: lugar de mulher é onde ela quiser. Mulher nenhuma merece ser agredida ou assediada, seja no horário de trabalho ou lazer. Mulher nenhuma merece ser invadida por seres que se acham superiores pelo simples fato de terem um pênis.
Que o que eu passei sirva para empoderar muitas outras mulheres. Não há nada de errado em ser gorda. Não há nada de errado em ser gorda e se considerar maravilhosa – acredite, você é. 
Segue o jogo. E a luta.

Essa semana a Revista Capitolina publicou um texto muito bacana sobre a feminilidade da mulher gorda. Sempre fui fã do estilo despojado, mas parece que tô sempre na obrigação de estar com o cabelo alinhado, acessórios chamativos, make irretocável (deixando o rosto mais fino, claro) e todos os artifícios que gritam EI, EU SOU GORDA, MAS SOU ARRUMADINHA. Tênis, só se estiver indo fazer ginástica. Blusão? Nem pensar. E short jeans? Segundo algumas lojas, só pode se for bermuda, naqueles cortes e lavagens que estamos acostumadas a ver senhoras com mais de 50 anos usando.


Not today, satan.

Quase nunca acho nada bacana na C&A, mas milagrosamente o preview de verão trouxe algumas modelagens mais generonas. Procurei pela GG, mas não tive sucesso, então fui na G mesmo. E não é que ficou bonita e confortável? 

Para apostar no conforto e na pegada básica, usei esse short que comprei – pausa para o choque: por 35 realidades- na liquidação da Marisa.

 Pra finalizar, como o dia em que tirei essas fotos estava nublado e ventando, usei essa jaqueta fabulosa da Quintess. Jaqueta é um outro item super chato para gordas. Quando fica boa no peito, fica apertada no braço. Essa é perfeita, só ficou um pouco comprida na manga, mas isso porque meu braço é pequenininho, haha.



Completei o look com um tênis antiguinho da Imaginarium…

… E um óculos fofo, comprado na Casa Monstro!





Infelizmente ainda caímos no “se garimpar bem, acha”, mas sigo aqui na luta para que uma gorda básica não seja considerada uma relapsa com ela mesma, e sim, só uma pessoa querendo um pouco mais de conforto.

As fotos lindas desse ensaio foram feitas pela Jéssica Girard. Quer se sentir diva num ensaio pra chamar de seu? Peça seu orçamento aqui.

Sou uma admiradora mais que declarada de tatuagens!  “Só” tenho 10, mas meus planos incluem mais uns muitos desenhos para o futuro. O barulhinho do motor, a “cosquinha” que dá na pele e a sensação de ver o desenho sonhado marcado no corpo são impagáveis. Eu ainda era adolescente quando me tatuei pela primeira vez, mas já tinha noção de que eu precisaria pensar bem no desenho, para não me arrepender. Fiz a famigerada estrela no ombro, o hit da época (estamos falando de DOZE anos atrás, rs). Honestamente, hoje eu não faria, mas também não é algo que eu me envergonhe. Minhas tatuagens são uma espécie de caminho de doces, como na história de João e Maria… elas servem para que eu não esqueça de onde eu vim e o que passei em cada fase da minha vida adulta.
Falando em doces ideia principal desse post é despertar fome coragem para quem quer se tatuar pela primeira, ou tá pensando em colorir um pouquinho mais o corpo. Separei tatuagens fofas, com desenhos de diversos tipos doces ou sobremesas. Durante meu período sabático, eu vendi cupcakes e docinhos, e ganhei o apelido de Maricake entre alguns amigos. Como uma marca do que me deu prazer – além de sustento – tatuei o contorno de um cupcake. Nessa seleção de inspirações, tem desenhos de sorvetes, chocolate, torta…  Fiquem à vontade e apreciem sem moderação!

 Torta de cerejas + Sorvete de casquinha
Bolo red velvet + Balas e pirulito + Cupcake + Pulseira de guloseimas
Bombom +Brigadeiro +Bala de menta + M&M’s
E esse é o meu cupcake! Sombreado, do jeito que amo
Gostou? Deu fome de tatuagem? Se você for do Rio de Janeiro, indico “com força” o meu tatuador, Felipe Berger.

Oi, pessoal!
Meu nome é Mariana, mas atendo tranquilamente por Mari.  
Nascida e criada no Rio, passo a vida transitando entre os corredores da faculdade de Jornalismo e a redação do canal onde faço estágio. Aqui nesse cantinho, vou buscar correr do meio esportivo e só falar de comida, diversão, moda, e mais coisas que dão leveza no dia a dia corrido da gente. Sejam muito bem-vindos a esse cantinho. Ainda tá vazio, mas daqui a pouco eu coloco umas flores aqui, um quadro naquela parede que tá sem graça, um bibelô na estante, e a casa fica mais bonita e aconchegante pra todos nós.

Bisous