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Dia 24 de julho é considerado o Dia Internacional do Autocuidado. Essa é uma data criada pela OMS pra fazer as pessoas se atentarem a bons hábitos de saúde e cuidarem do corpo e da mente.

Às vezes eu tenho a impressão que a gente caiu no lugar comum de achar que autocuidado significa passar horas na academia ou fazer uma máscara facial, mas é muito mais que isso. É dormir bem, ter hábitos saudáveis e cuidado com o que você consome – e não falo só de comida aqui, mas também filtrar o que assiste, lê, e as batalhas que trava.

Mas mesmo nos preservando, sempre rolam aqueles dias de bad. É importante entender e aceitar que todo mundo tem momentos ruins e que eles passam. Se os pensamentos ruins ou assustadores permanecerem, vale buscar ajuda profissional. Você é especial e não merece passar por uma vida de sofrimento.

Bora botar a bad pra escanteio?

Tomar um banho bem gostoso

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E daí que você não tem banheira? Uma chuveirada bem gostosa, com música de fundo tem o seu valor.  Lave o cabelo, sinta a força da água batendo no seu corpo, te enchendo de energia e levando embora tudo de ruim. No fim, não esquece de passar um hidratante no corpo porque tá frio e a pele resseca, viu?

Sair de casa e respirar ar fresco

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Eu me considero cética, mas tendo a acreditar que a luz do sol tem um super poder no nosso astral. Não tô dizendo que você precisa colocar um biquíni e torrar debaixo do astro-rei, mas vale sair de um ambiente fechado pra passear numa praça, por exemplo. Observar as crianças brincando, os cachorros passeando – se você tiver um, sair pra passear com ele é uma boa – vai te conectar com coisas boas.

Preparar uma refeição deliciosa

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Que tal reproduzir uma receita de algum prato que você ame? Se quiser ousar, vale ir naqueles perfis estilo Tastemade ou Tasty demais e fazer algo que você super deseja! Faça todo o processo ser prazeroso, desde a compra dos ingredientes até uma mesa bem posta e se permita comer apreciando o que você mesma fez!
Dica: lave a louça à medida que for usando. Assim não fica aquela pilha de coisas sujas pra serem lavadas de uma vez só!

Buscar imagens ou gifs de bichinhos fofos

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Essa é uma das minhas preferidas! Eu amo que é algo possível, até no trabalho, por exemplo, dá pra dar uma paradinha e buscar um gif de cachorrinhos – principalmente os salsichas, que nem a minha Peteca – fazendo coisas que humanos fazem. Consigo até esboçar um sorrisinho!

Começar a ler um livro

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(Olha o bichano fofo dando o ar da graça!)

Dê preferência por assuntos leves e divertidos, que te façam viajar e imaginar um cenário melhor! Se você curte, também vale os de autoajuda ou mindfullness. Se joga numa boa leitura e vai!

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Ao contrário da maioria dos posts que eu faço aqui no blog, esse é direcionado à todas as mulheres, e não só às gordas.  Já falei aqui algumas vezes que minha função não é reduzir o movimento antigordofobia à questões de autoestima, mas não dá pra ignorar o que tá rolando. Nos grupos de Facebook/Whatsapp, no trabalho, nas várias mensagens que recebo todos os dias no meu Instagram… o tempo todo, me vejo cercada por mulheres que odeiam algo em si mesmas. Que não se acham suficientes. Curiosamente, são todas mulheres com carreias promissoras/consolidadas, relacionamentos estáveis.

Tudo isso me leva a um grande questionamento: O que tá acontecendo com a autoconfiança das mulheres?

“Me sinto insegura o tempo inteiro”

Nunca falamos tanto sobre esses assuntos. Empoderamento, autoestima, saúde mental… temas que podem gerar ótimos debates, mas parece ter tomado um caminho completamente esquisito, porque estamos falando de autoestima de um jeito errado. Já falei várias vezes,  mas é absurdo vermos pessoas influentes se apropriando de um discurso de maneira totalmente vazia. Falando de autoestima mostrando o que é considerado “defeito”, ao invés de naturalizar o próprio corpo. Mostrando felicidade em “fazer o que ama”, ignorando que a maioria das pessoas não tem esse privilégio. O efeito reverso é um fato: as mulheres estão frustradas por terem mais que duas celulites na bunda, ou por não poderem tirar um ano sabático.

Modéstia à parte, sei que sou referência em autoestima para muitas amigas. Busco amar meu corpo e estar confortável com ele enquanto toda uma sociedade diz que ele é doente e feio. Costumo estar sempre numa posição de confiança sobre minha personalidade. A questão é que conheço bem meu valor e na maior parte do tempo me sinto segura em ser quem sou.

Eu queria que cada uma dessas amigas (e todas as mulheres maravilhosas do mundo) olhassem com mais carinho pra si mesmas. Treinassem o olhar para as próprias qualidades  – físicas ou de personalidade -, se sentissem segura na sua própria pele. Chega a ser fisicamente angustiante ver tanta mulher se colocando numa posição inferior ao que realmente é.

“Se olhe no espelho e diga a si mesma que você é linda”

Não vou dizer que estou 100% dos dias confortável comigo mesma. Algumas vezes também me sinto insuficiente, insegura, feia. O que me ajuda é entender que é só um dia, que aquela bad vai passar, e tentar não sentir pena de mim mesma.

Sempre que me sinto mal, tento me fazer um carinho, cuidar de mim. Ouvir a música de um artista que eu curta muito, fazer uma comida fresquinha e gostosa, cuidar dos cabelos e/ou assistir alguma série são algumas das coisas que me fazem bem.

Funcionou também me fotografar diariamente diante do espelho. Ajudou muito com meu estilo, mas também a ver meu corpo de uma outra maneira. Seguir pessoas com um estilo de vida parecido com o meu, para não transformar meu tempo na internet numa fonte inesgotável de desejos que eu não sei se um dia vou poder ter. Parece bobo, mas funciona por aqui.

Vamos cuidar umas das outras. Passar tempo de qualidade com outras mulheres, mostrando sempre o quão maravilhosas nós somos. Nós merecemos e precisamos construir essa rede de apoio. ❤

“Vá se abraçar!”

Depois de um hiato causado pelo combo reforma em casa + mudança + casamento, voltei. Nesse espaço de tempo, aproveitei para ler bastante, além de observar discussões em fóruns diversos. O sentimento que eu tenho é que estamos, com raras exceções, como aqueles cachorros que ficam correndo atrás do próprio rabo. Sem avanços, indo a lugar nenhum.

Pelo menos toda semana em algum grupo eu vejo alguém postar uma selfie ou foto em frente ao espelho. A legenda, na maioria das vezes, fala sobre o quanto é importante se amar e se achar linda (o), mesmo que a sociedade te diga o contrário. Na maioria das vezes, esse discurso vem de pessoas que passam por pressão estética

As discussões acerca da gordofobia nunca foram só sobre isso.

“-Doutor, eu fui empalada!

– Você provavelmente se sentirá melhor se perder peso”

 

Claro que é importante se amar, se admirar. Mas, até aí, o mundo tá cheio de gente padrão que se odeia, que “se vê” de uma maneira completamente distorcida. É importante sim mostrar que existe mulheres além das modelos que tem a autoestima nas alturas. Mas quando falamos de gordofobia, amor próprio é quase a ponta do iceberg. Aceitar o próprio corpo e ver beleza nele muitas vezes é o pontapé inicial para a luta real contra a gordofobia, mas não deve ser nunca o ponto final.

“Se achar feia” não é nada quando existem pessoas que são privadas de seus direitos básicos apenas por serem gordas.

Enquanto a gente discute a foto de fulana que se acha gorda, tem uma pessoa realmente gorda sendo negligenciada nos consultórios médicos, sendo indicada erroneamente para cirurgia bariátrica ou tendo diagnóstico de “obesidade” sem investigar outros pontos da saúde além do peso;

Enquanto a gente comenta “arrasou miga que linda” na selfie de cueca do cara que “quebra padrões”, empregos são negados às pessoas gordas, as deixando cada vez mais à margem da sociedade;

Enquanto as pessoas estão aplaudindo campanha com modelo tamanho 48 por “representatividade”, tem gente com seu direito de ir e vir sendo cerceado ao não conseguir passar na catraca do metrô ou do ônibus.

Precisamos parar de olhar só pra gente ou pra nossa bolha e entender que a luta é pelo coletivo. Infelizmente se achar linda em nada vai fazer com que seu médico te respeite, e mesmo que você use um cropped com sua barriga de fora, as cadeiras de plástico ainda podem continuar quebrando se você sentar nelas. Empoderar uma mulher gorda é muito mais que falar sobre a beleza dela, é mostrá-la que ela deve lutar pelos seus direitos, questionar a sociedade gordofóbica. Vamos evoluir no discurso. Já ganhamos parte da publicidade,  estamos conseguindo notoriedade no campo da moda e da beleza… já passou da hora de entendermos que não é só sobre beleza, e sim sobre direitos!

 

 

É curioso como às vezes leio ou ouço de alguma leitora que sou uma inspiração, dou banho de autoestima entre outras coisas que fazem de mim uma pessoa que ajuda na estrada do autoconhecimento e amor próprio. É incrível quando acontece e eu me sinto realizada e grata, atestando que estou no caminho certo. Mas eu sou mulher, e fui socializada para nunca me sentir satisfeita ou bonita comigo mesma, e, se ser gorda nunca me incomodou, meu cabelo sempre foi o pivô de muito drama ao me olhar no espelho.

Explicando: eu fui uma criança com cabelo bem lisinho, franja e tal. Meu cabelo era fino, mas volumoso. No auge da rebeldia da adolescência, comecei a mexer no cabelo. Descolori e usei cores fantasia (todas as imagináveis), daí meu cabelo ficou com uma forma estranha e eu me rendi à novidade dos anos 2000, a escova progressiva. Meu cabelo nunca mais foi o mesmo. Ficou ralo e de uma maneira esquisita, liso na raiz e ondulado nas pontas. Daí em diante, desenvolvi vício no combo secador + chapinha.

A grande questão é que eu nunca quis entender meu cabelo. Quando eu cortei (em novembro do ano passado, após um corte químico feio), a neura só aumentou, porque ele ficava muito esquisito se eu não secasse com o secador. Na real era sempre uma incógnita, mas me incomodava muito. Vinha fazendo low poo e cronograma capilar (sem muito rigor no calendário, confesso) há pouco mais de um ano, mas andava muito desmotivada, sentia que nada dava certo com o meu cabelo, e qualquer evento já demandava uma ida ao salão para deixar no estilo escova perfeita – continuo amando, principalmente quando rola aquele topete grande, haha.

Eis que participei do EBSA (um evento bacana de blogueiras aqui no Rio) e ganhei uma manteiga ativadora de cachos da Novex, linha da Embelleze. Na hora que ganhei fiquei meio chateada, lembro de ter pensado “nunca vou usar, isso, meu cabelo não é cacheado”. Não sei por que, no dia seguinte resolvi dar uma olhada no creme e tentar seguir as instruções do modo de uso.

GENTE.

Eu queria descrever para vocês como eu me senti quando vi meu cabelo seco e com as ondinhas-quase-cachos todas bem definidas e soltinhas, mas não consigo. Desde aquele dia – e aí já passou quase um mês – meu cabelo não vê secador e eu não me sinto frustrada. Saio do banho, dou uma secada de leve com a toalha, aplico a manteiga e espero o tempo fazer a parte dele, olha que máximo!

Fui toda animada contar para uma amiga sobre a mudança nos cabelos, e a ouvi dizer que eu, sem querer, estou transicionando meu cabelo, mas de maneira totalmente não cronológica. Não sei como ou quando meu cabelo virou ondulado/cacheado (algo entre o 2A e o 2C, segundo os blogs especializados em transição), mas sei que minha grande questão com ele era falta de definição! Na verdade, faltou autoconhecimento, faltou perceber os sinais de que há muito tempo meu cabelo havia mudado. Como uma amiga disse, fiz transição capilar sem saber. O tal big chop eu fiz em novembro, e, só agora, seis meses depois, consegui entender o que meu cabelo pedia.

Eu estava quase chegando aos 30 anos odiando meu cabelo e me culpava muito por isso. Logo eu, que inspiro autoestima em outras meninas e mulheres. Logo eu, com um corpo que a sociedade odeia e dando aula de amor próprio. Isso é bom porque humaniza, sabe? Tira a gente que produz conteúdo de um pedestal de admiração pra nos colocar ao lado de quem nos lê, com nossas inseguranças, nossos bad hair days –  aqueles dias em que ficamos de mal com o espelho. Como disse lá em cima, mulheres são criadas para odiarem a si mesmas, então, por mais que aquela blogueira super empoderada te passe toda a confiança do mundo, é possível que às vezes ela se pegue pensando em como seria se a pele fosse menos oleosa / o cabelo fosse mais comprido / tivesse menos pneuzinho na cintura.

Fazer as pazes com o meu próprio cabelo está sendo (olá gerúndio) libertador e motivador, tanto que voltei ao cronograma capilar com regularidade e ando aloka das perfumarias em busca de produtos que possam me ajudar no tratamento, mas isso é papo pra outro post!