Jazmine Sullivan no red carpet do Grammy – Foto US Magazine

Sei que nós somos super carentes de representatividade, e de repente Adele – que já foi gorda -, Meghan Trainor – que canta uma música direcionada à “gordas” e qualquer outra mulher que tenha busto, quadril, cintura e coxas mais avantajados e esteja desfilando em um tapete vermelho muitas vezes faz nossos olhos brilharem.

Mas é preciso parar e refletir.

Se eu bato palmas pra Jazmine Sullivan e digo que ela representa as mulheres gordas, estou me invisibilizando. Aquele vestido que ela usou não entra em mim nem se eu perder 10 quilos! Ao cair na ilusão de comentar “um corpo é um corpo” (deusa, como odeio essa expressão escrota) na foto de Adele, eu estou fazendo coro aos que creem realmente que aqueles são corpos gordos.

E não são.

                                     Naonde Meghan Trainor é uma mulher gorda?- Foto US Magazine

Precisamos PRA ONTEM parar com a ideia de que quem não é Taylor Swift, é gorda. Precisamos parar de aplaudir marcas que falam em BELEZA REAL colocando uma mulher de cintura fina e quadril largo em seus editoriais. E, acima de tudo, precisamos parar de confundir opressão estética com gordofobia. Todas as mulheres que citei neste post estavam belíssimas no tapete vermelho do grammy, mas estão longe de serem gordas. Estão longe de sofrer gordofobia, de não caberem no avião, não encontrarem roupas ou terem sua saúde colocada em xeque o tempo inteiro.

Vamos parar de nos esconder atrás do termo plus size e assumirmos que somos mulheres gordas? Vamos bater na tecla de que ser chamado de gorda ou reconhecida como uma não é ofensa? É um exercício difícil, porém necessário pra que a gente ocupe espaços que nos são diariamente negados, e pior, que fingem nos incluir.

28 Comments

  1. Nunca havia parado para refletir a ideia de representatividade que o tapete vermelho tem, mas agora pensando, concordo com você: temos que assumir quem somos, independente do tipo de corpo. Só assim vamos vencem o preconceito e essa ditadura da beleza que a mídia prega.

  2. O termo plus size é novo não é Mari? Sinceramente eu nem sei quando ele surgiu, mas concordo com você. Só que gostaria de ver um dia desfiles para todas, magras, magérrimas, gordinhas, acho que aí sim eu me sentiria representada. Eu não sou gordinha mas essas roupas que elas usam não cabem em mim também não, não sou 36 e nem 38.rsrs
    Post interessante! Gostei muito! bjs
    http://www.pilateandosonhos.com

  3. Lindaaaa, eu também acho isso!

    De verdade? Não acho a Megan gorda? Ela? Nunca, nem a Adele, mas o padrao de fulana gorda também causa um certo preconceito.
    Tirando as passarelas que impõe o padrão magérrimo, tem muita "gorda" magra, mas mais do que o peso é como elas demonstram o corpo, são mulheres com curvas que nao expõe o corpo de maneira sexualizada para fama ou publico masculino, caso exibissem não seria taxadas de gordas e sim a sensual fora do padrão, como ocorreu com a Kardashian quando esta "acima" do peso.

    http://www.cantinhob.com

  4. tiro meu chapéu pro seu post, falou tudo!! Eu sempre fui gordinha e ficava me sentindo muito mal por isso até pouco tempo atrás, hoje me amo e me assumo do jeito que eu sou, porque ninguém é obrigado a seguir essa ditadura da moda! O pior dos cumulos foi aquela modelo plus size da Calvin Klein! Tá mais que na hora das pessoas pararem de dizer que só é bonita se couber num tamanho pp e ainda ficar meio larguinho né!
    Beijos!

  5. A Adele era muito criticada pelo peso antes de ficar famosa e no começo da fama também, mas acho que ela veio e a partir daí as pessoas começaram a se conscientizar mais

  6. A sociedade só aceita se for uma gorda "magra", por mais paradoxo que isso soe. Já cansei de ouvir coisas do tipo "ah, mas aquela é uma gorda bonitinha", "é uma gorda proporcional", existe padrão até fora do padrão.
    Representatividade é importantíssimo e, por mais que eu ache que estamos caminhando aos poucos para melhorar isso em vários âmbitos, ainda há muito para se avançar!

  7. Isso me lembrou a polemica sobre a modelo plus size da calvin klein, sua visão sobre essas fortes influências da mídia no tapete vermelho foi MUITO bem feita, acompanho um trabalho de uma menina que estudou no meu colégio, modelo plus size MESMO, o mundo precisa reconhece-la e falar que pessoas como ela representam isso. Já está mais que na hora da mídia representar mulheres gordas com mulheres gordas de verdade, e não uns quilos a mais da Taylor Swift, como você mesma disse. Adorei!

  8. Só li verdades! A mídia tenta fingir que dá espaço para todas e, infelizmente, muita gente apoia e parabeniza como se estivesse tudo bem. Aqui no Brasil, principalmente, a diversidade é enorme e, na realidade, menos de 1/3 da população se sente representada pelos padrões apresentados.
    Adorei teu texto!

  9. Meghan era gorda nos padrões deles né? Onde o magro é Taylor Swift. Mas nunca a achei gorda e hoje então? jamais.
    Não só as gordas, mas todos nós precisamos ver essa representatividade EM TODAS as mídias, sem falsos "gordos".

    Adorei seu logo e seu layout, tá lindo!

  10. Seu blog tem algo novo…hummmmm Ahh o cabeçalho e a logo não é não? Eu gostei! A foto do perfil tbm está mudada e linda! Eu lembro de vc de unicórnio! Amavaaa!

    Texto reflexivo e ótimo, até pq vc escreve muito bem! Sim, precisamos de maior representatividade , não só em um aspecto físico mas acredito que em um âmbito maior tbm! A sociedade impõe e não se pode ficar aceitando esses "padrões" ! Excelente perspectiva!

    Blog Mulher Virtuosa By Vany

  11. Preciso falar sobre como você escreve bem. É tão profissional, e sabe muito bem por o texto de modo que nos causa impacto, nos faz pensar. Você tem um jeito único de se expressar com as palavras e isso é muito bom.

    Sobre o assunto, acho que ninguém nunca consegue ser perfeito pra mídia. Não há mal nenhum em se aceitar como é, em se permitir ser e ter orgulho disso.

  12. Oi Mariana! Tudo bem?
    Adorei o post! A estética e padronização da beleza nos leva a acreditar que não somos boas o suficiente para algo, seja por pesar mais, menos, ter um cabelo crespo, seios pequenos demais, grandes demais… E no final esquecemos do que realmente é belo dentro e fora de nós na nossa visão, ou seja, o que realmente importa para nós mesmos.
    Letícia Veríssima

  13. Impressionante, acho que sim, você formou opiniões.
    Confesso que o termo "plus size" para mim somente remete à questão de vestuário. Mas concordo plenamente com você que a palavra "gorda" deve ser levada apenas como um adjetivo e não como ofensa. Na real, nós nunca saberemos como é passar por gordofobia se não formos realmente gordos, fica até bem difícil de falar sobre. Seria como um homem querendo defender o feminismo. Eu sigo esse padrão de cintura fina e quadril largo, preciso de pessoas inteligentes como você para me dizer como pessoas como você se sentem e assim ter embasamento ao formar uma opinião. Não sei se conseguiu entender (rs), mas seu post foi fundamental.
    Um beijo ♥

    Nay

  14. Você falou tudo! A padronização de beleza é ruim pra todo mundo. Se não estamos com a cintura fina e com o rosto "cavadinho" ou com a coxa e a bunda definida não somos boas o suficiente…

    Amei seu layout! 🙂

  15. Olha, n sou gorda, gordinha talvez (?), mas eu nunca tinha parado pra pensar nessas coisas. E você tem razão, de fato, elas tão longe dos problemas reais de quem usa mais que 48 e n acha peça em loja nenhuma. E muitos outros problemas de pessoas gordas reais né? E sinceramente, tb n acho que o termo "gorda" deveria ser ofensivo, ofensivo é ficar falando que a pessoa é "gordinha" por achar ser perjorativo ser gordo, é o que eu acho faz um tempo kk

    Fluorescente.co

  16. Muito boa sua reflexão sobre o assunto. Hoje em dia, acho que isso tem até mudado um pouco. Acho que as mulheres já têm se assumido mais, mas algumas continuam neuróticas com o corpo. Acho que temos que ser felizes e ponto.

  17. Isso aí! Adorei a reflexão. Nunca tinha parado para pensar no quanto o tapete vermelho representa. E concordo, temos que ser quem somos e do jeito que somos, chega de padrões!

    Beijos

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