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Ultimamente tenho participado de discussões bem bacanas sobre a nossa relação com a comida, que anda lado a lado com a relação com o corpo. Com o surgimento desenfreado de dietas cada vez mais restritivas, muitas vezes fazer uma refeição é ativar gatilho de culpa e medo. Sensações como o cheiro da comida pronta, a água na boca ao ver a fumacinha saindo e a felicidade de estar satisfeito após comer tem ficado de lado.

Não sei se já comentei por aqui, mas adoro receber amigos em casa. Tenho paixão por cozinhar, adoro livros de receitas, passo horas pensando em um cardápio que vá agradar ao paladar de todos os meus amigos. Restrições como vegetarianismo e alergias são sempre respeitadas e tem substituições preparadas com o mesmo carinho. Mas não entra na minha cabeça, não consigo entender uma pessoa que rejeita qualquer comida simplesmente pelo medo de engordar. Se compulsão é sinônimo de descontrole, excesso de restrição também não me parece algo, digamos, saudável.

Comida é narrativa social. Sorte de quem tem lembranças da família em volta da mesa no natal, daquela festa que tinha um buffet incrível ou daquele almoço em que uma ótima oportunidade de negócio foi fechada. Aquele café da manhã na cama preparado pelo (a) companheiro (a). Comida serve para comemorar, para acalentar, traz memórias afetivas. Cadernos de receitas muitas vezes são heranças familiares. Eu descobri inúmeras coisas que não sabia sobre mim quando comecei a cozinhar, sabe? É triste demais ver pessoas queridas demonizando uma refeição.

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Outra coisa que me preocupa e deixa chateada é o tal  do “dia do lixo”, termo usado pela galera fitness e seus seguidores para se referir aos dias que saem da dieta. Será que faz sentido pra essas pessoas chamar aquela lasanha da vovó ou a comida que qualquer pessoa tenha preparado com carinho pra você de lixo, só porque ela foge do que você está habituado a comer? Nunca rolou comigo, mas me magoaria demais receber alguém pra almoçar ou jantar na minha casa no considerado “dia do lixo”. E mais importante que a questão afetiva: creio que ninguém para pra pensar que tem gente realmente revirando o lixo para se alimentar e no quão indigno isso é.

Eu já fiz dietas restritivas e não tive uma boa experiência. Lembro exatamente de estar em uma low carb e ir a uma festa de aniversário onde estavam servindo um rodízio de pizzas e eu não comi nada. Refrigerante e cerveja, nem pensar. Gente, se eu pudesse voltar no tempo… Eu sou o tipo de pessoa que come de tudo – de jiló aos sanduíches do Mc Donald’s- e optei por uma alimentação equilibrada, comida feita em casa (adorava levar marmita quando trabalhava fora), mas não nego uma sobremesa, um convite pra jantar ou pra uma cervejinha de vez em quando. Meu corpo e minha mente agradecem o meu equilíbrio alimentar.

https://www.instagram.com/p/BHU3xWNBhpt/?taken-by=aquelamari

Será que um jantar vai te fazer engordar? Vale a pena recusar um momento de diversão/confraternização pra não passar vontade? E por que não parar pra pensar nessa repulsa em engordar?

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