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Imersa no mundo das noivas desde 2014, quando fui pedida em casamento, tenho me chocado cada vez mais com tudo o que tenho visto em conversas sobre festas e celebrações de casamento. Para quem sempre sonhou com uma festa perfeita, e mesmo para quem passou a sonhar após o pedido, a organização da festa e dos detalhes é um período de sentimentos mistos. Alegria, frustração e estresse são os mais comuns por aqui, e nem sempre quem está de fora de tudo isso vai entender ou dimensionar essas situações. É nesse ponto que eu queria chegar.

No meu grupo de amigas, tenho somente mais uma que está na mesma vibe que eu, e estamos sempre trocando figurinhas sobre buffets, decorações e lembrancinhas, além das discussões com nossos noivos, preocupações com eventuais estouros de orçamento, coisas que somente quem está passando sabe o que é.

Vejo muitas mulheres reclamando pela amiga que não quer ir à feira de casamentos, pela mãe que acha exagero ou a prima que diz que “tá aqui para o que for preciso”, mas desaparece quando começamos a nos lamentar e falar sem parar sobre preços de forminhas, cores de sousplat e sabores de bolo. Gente, precisamos entender que, na maioria das vezes, esse assunto é uma chatice para quem não está envolvido na festa. Se chatear por isso é um gasto de energia e tempo, e olha que essas duas coisas geralmente são escassas para quem está planejando uma festa de casamento.

Tem também aquelas noivas que exigem das madrinhas cor e modelo específico de vestido e vão esbravejar na internet quando uma das madrinhas explica que não se sente confortável com aquele vestido. Já falei sobre relação entre noivas e madrinhas neste post aqui, mas, fico assustada quando leio frases como “se ela não quiser, troque de madrinha” ou “seu casamento, suas regras”. Tem noiva que fica tão autocentrada que chega a falar “se a minha madrinha tem consideração por mim, com certeza vai ceder aos meus pedidos” – obviamente que nessa altura o ego da noiva está tão grande que ela já ultrapassou todos os limites, mas parece não ter se dado conta disso.

Além disso, vejo mulheres reclamando dos próprios convidados. Algumas dizem que seus convidados vão “encher a barriga e sair falando mal da festa”, além das reclamações por não terem ganho presentes, afinal “estão investindo muito dinheiro na festa e precisam ter um retorno”, e, aparentemente não dar presente significa não ter consideração. Fico imaginando se essas pessoas se ouvem ou se lêem ao falar essas coisas. Qual a razão de convidar para o seu casamento gente que só tá interessada em comer, e não em comemorar com você e seu noivo? Sem contar que estar presente em um casamento muitas vezes custa caro. Uma roupa nova, aquela ida ao salão, o deslocamento… Às vezes não dá para comprarem presente, e tudo bem, porque por muitas vezes a pessoa está se esforçando para estar ali com vocês, e isso deveria bastar.

“Ai, mas o casamento é meu, eu faço do jeito que eu quiser”

“Ser noiva é muito mais que ser uma top diva”

Bom, você não casa sozinha, já começa por aí. A participação do noivo deveria ser importante, envolvê-lo nos preparativos e deixá-lo responsável por tomar algumas decisões é importante, demonstra parceria. Além do mais, uma festa precisa ser, além de agradável para os anfitriões, divertida para os convidados. Senão é mais fácil viajar com o boy e fazerem um elopement wedding (aqueles casamentos que só contam com o casal, um celebrante e o fotógrafo). Qual é a razão de fazer uma festa pensando só na sua diversão?

É verdade que todo mundo gosta de se sentir importante, e o casamento nos proporciona isso. Mas precisamos sempre lembrar qual é a razão  para esta comemoração, e principalmente, o motivo para a celebração e festa estarem acontecendo.

 

**Faltam exatamente 200 dias para o #CasamentoMarieDi!!!!!***

Eu tô muito empolgada!

Uma das missões mais delicadas de organizar a cerimônia e a festa de casamento é a escolha dos padrinhos. Padrinhos são muito mais que simples testemunhas, são aquelas pessoas que você confia e que pode contar para os bons e maus momentos. Geralmente são escolhidas pessoas da família com quem os noivos tem mais proximidade, além de grandes amigos que conhecem bem a trajetória do casal.

Nos grupos de casamento do Facebook, é incontável a quantidade de histórias bizarras envolvendo noivos e padrinhos, que vão desde ao famigerado traje até a roubo (!!!!) do dinheiro arrecadado na gravata do noivo.

Mas… quais os tópicos que podem fazer com que a amizade entre vocês se estremeça? Fiz uma “curadoria” do que vejo de mais comum nos fóruns online, muitas vezes culminando em desistência ou impeachment de um cargo que deveria trazer alegria para ambas as partes.

O que pode dar errado entre noivos e padrinhos na organização do casamento?

A escolha dos trajes

Ta aí algo controverso. Acho lindo o modelo de madrinhas usado nos Estados Unidos, com todas as mulheres usando o mesmo modelo da mesma cor. Ao mesmo tempo, creio que acaba deixando as pessoas que vocês tanto amam sem personalidade. Sem contar que seria incoerente eu -uma pessoa que fala tanto sobre estar tranquila com o próprio corpo e respeitar o corpo alheio – delimitar modelo e fazer com que as minhas madrinhas fiquem desconfortáveis durante toda a cerimônia e festa, né? Além disso, um vestido de madrinha muitas vezes custa uma fortuna, então delimitar cor e modelo pode deixar ainda mais difícil a possibilidade de suas madrinhas pegarem o vestido emprestado com alguém, né?

O que eu fiz: Dei 12 tons de rosa para que elas escolhessem e especifiquei que o comprimento pode ser curto ou midi, no modelo que elas acharem melhor. Um vestido curto ou midi acaba sendo mais funcional para ocasiões futuras. Além disso, falei que se alguma das minhas madrinhas estiver sem grana pra comprar o vestido, também não tem problema ir com outra cor. Meu casamento será de dia e em um sítio, então deixei claro que não precisam de salto, também.

Organização de eventos pré-casamento

Até mergulhar no mundo de festas de casamento, eu nunca tinha ouvido falar que os padrinhos tem por hábito bancar festas pré-casamento, como chá de panela, chá de lingerie, despedida de solteira, etc. O casamento é dos noivos, e tudo o que os envolve também. Padrinhos muitas vezes já tem um gasto grande por estarem no front do casamento, não faz o menor sentido pressioná-los para que tenham mais essa despesa.

O que eu fiz: Não neguei que precisarei da ajuda dos meus padrinhos para o chá e a despedida, mas será de uma maneira, digamos, operacional. Uma madrinha cuidará da lista, outra vai me ajudar a decorar o salão, outra vai dar uma mão na hora de fazermos as comidinhas. A presença delas nos preparativos me enche o coração de alegria, e, no fim, é isso que importa.

Convites

Sim, seus padrinhos são pessoas mais que especiais, e nada mais justo que você e seu/sua noivo (a) os atualizem de tudo, inclusive da dificuldade em conseguir fechar a lista de convidados. Alguns padrinhos simplesmente acreditam que, por terem participação especial no casamento, tem direito a convites ilimitados, podendo levar uma ou mais pessoas aleatórias que você não conhece ou tem pouca intimidade.

O que eu fiz: Tô desde a primeira lista avisando que estamos super apertados. Já falei pra enrolarem os crushes até depois de setembro, porque não cabe sequer mais um namorado (a) na lista. Brinks! Ou não, rs.

Presentes

Sem dúvida o maior ponto de brigas e estresses entre noivos e padrinhos. Não sei de onde surgiu a informação de que os padrinhos deveriam dar presentes caros, ou bancar um cômodo da casa, sei lá. Nós estamos no meio de uma crise econômica, com milhões de desempregados… não é porque a gente tem o privilégio de fazer uma festa de casamento – sim, mesmo pagando com muito esforço, ainda é um privilégio – que as pessoas precisam gastar mais do que elas querem e/ou podem com um presente para vocês.

O que eu fiz: Alguns padrinhos já perguntaram o que eu quero de presente, e já estavam apreensivos pensando que teriam que dar coisas tipo geladeira, haha. A única coisa que meus padrinhos tem que é aproveitar muito esse momento com a gente. Nossa lista de presentes tem valores variados para que se sintam à vontade em escolher o que puderem e quiserem, e se não puderem dar nada material, eu tenho a consciência de que o melhor presente eu já ganhei: o sim deles quando os convidamos para a posição de padrinhos.

Me ajuda, eu sou pobre

Vale pensar que, nesse período de tantas coisas a resolver, a gente tende a ficar mais egocêntrica, achando que o mundo tá girando ao nosso redor e que todos os nossos desejos devem ser prontamente realizados… mas não dá pra esquecer que nossos padrinhos tem suas questões individuais e não esquecer o real motivo pelo qual eles foram convidados para esse posto: a amizade entre vocês.

Já tiveram algum problema com seus padrinhos? Conhecem alguma história parecida com essas? Não deixem de me seguir nas redes sociais —> Instagram – FacebookPinterest

Quem disse que casamento é sempre entediante só deve ter ido em celebrações tradicionais. Na busca por uma cerimônia cada vez mais identificada com o estilo de vida dos noivos, cada dia mais pipocam rituais diferentões e cheios de significados emocionantes para o início dessa nova etapa da vida do casal.

Eu ainda tô pesquisando como vai ser a minha cerimônia, já que nem eu nem o Di queremos um casamento religioso, mas buscamos muito uma celebração que acolha e surpreenda todos os nossos convidados, fazendo com que o nosso dia seja inesquecível não só pra gente, mas também para os nossos convidados.

Dificilmente alguma igreja ou templo vai permitir algo que saia da curva dos mandamentos da religião praticada, então eu acho que esses rituais mais “místicos” são mais comuns em solenidades informais. Alguns juízes de paz também são mais engessados, então, quando estiver a procura do seu celebrante, o ideal é falar sobre o desejo de ter uma cerimônia diferenciada.

Ritual do primeiro brinde
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Na mesa ou púlpito do celebrante, duas taças, uma contendo vinho tinto e a outra com vinho branco. A bebida deve ser misturada, simbolizando a união do casal, e bebida após brindarem. Assim que acabarem, enrolam as taças em toalhas e as quebram com os pés, mostrando que daquele vinho, ninguém mais vai beber.

Cerimônia das velas

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Os pais dos noivos acendem duas velas e entregam aos filhos. Uma terceira vela deve estar no altar, e, os noivos a acendem juntos. Em seguida, cada um apaga a sua vela e só a nova fica acesa, simbolizando que a partir daquele momento os dois são um só.

Renovação de energias

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Os noivos devem dar as mãos, enquanto o celebrante as lava com água e sal, catalisando qualquer negatividade. Em seguida, o celebrante deve “jogar” água nas mãos dos noivos com ramos de alecrim, que representa uma vida regada a boas energias.

Rito das areias

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Cada noivo deverá escolher previamente um saco de areia, na cor de preferência. Em um determinado momento da cerimônia, os dois jogam juntos suas areias em um único jarro. As cores ficarão misturadas de um jeito que será impossível separá-las, tal como será a vida a dois do casal!

No nosso casamento não vai rolar nenhum desses ritos, pois achamos outros que nos identificamos mais… só não vou colocar aqui, senão estrago a surpresa!

Seja lá qual for o ritual que você escolher, é imprescindível que esteja tudo acertado com a sua cerimonialista e que todos os itens necessários estejam em seus devidos lugares para que os rituais saiam como o planejado, tá?

Que tal inovar no seu casamento e surpreender sua família e seus amigos? Ah, me acompanha nas redes sociais também, ó —> Instagram – FacebookPinterest

Eu não sei vocês, mas tô amando planejar minha festa de casamento. Sempre fui festeira, sempre coloquei a mão na massa nos meus aniversários, nos da minha família e até mesmo em alguns jantares para amigos íntimos lá em casa. Então, se tratando de uma festa que é o sonho da minha vida, eu não vou medir esforços para que ela saia, na medida do possível, do jeitinho que eu e Diego sonhamos.

Nessa busca pelos detalhes, percebi o quanto de machismo vem sendo colocado nas cerimônias e nas festas de casamento. Na cerimônia religiosa eu consigo até “entender” algumas falas, apesar de não concordar, mas é bem triste ver que muitas das novidades nas festas carregam doses cavalares de machismo e misoginia.

Já na abertura da cerimônia, de uns anos pra cá tenho visto crianças – geralmente meninos, para já aprenderem sobre a “brodagem” – fazerem o caminho até o púlpito com uma plaquinha que diz “Ainda dá tempo de fugir”. Como se o noivo fosse um coitado, estivesse ali por obrigação e/ou pressão. Pode acontecer, claro, mas creio que seja uma minoria muito insignificante pra que essas plaquinhas “engraçadas” estejam se alastrando tanto nas cerimônias. Planejar casamento é gostoso, mas também é estressante, precisa de parceria, companheirismo do casal. Se o cara se empenhou tanto em estar ali, qual seria a razão para fugir? Não satisfeitos, atrás geralmente vem outra cria, com a plaquinha onde se lê “Foge não, ela tá linda“. Como se o casamento dependesse disso, como se baseasse exclusivamente na vaidade ou beleza da noiva. Close erradíssimo.

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A cerimônia religiosa muitas vezes vêm com falas machistas e que fazem parte do que algumas religiões acreditam, como submissão da mulher, homem posto como provedor da casa, etc. Particularmente acho ofensivo, por esse motivo, optei por amigos nossos celebrando.

É chegada a hora da festa. Comida, bebida, música… É chegada a hora do buquê. Eu gosto do misticismo divertido dessa tradição que deixa várias mulheres enlouquecidas, principalmente depois da bebida, haha. Uma amiga minha casou esse ano e chamou todas as mulheres da festa, solteiras e casadas, para jogar um… vibrador! Segundo ela, solteira ou casada, o importante é ter prazer na vida. Acertou em cheio, e a disputa foi acirrada, haha.

Só que inventaram algo para os homens também. Algo desnecessário, sem o mínimo de tradição cujo intuito é exclusivamente rebaixar a mulher. Na cabeça deles, se as mulheres jogam algo para as amigas solteiras “desencalharem” (como se esse fosse o único objetivo de uma mulher), os homens também tem que jogar algo para os convidados que ainda não casaram. Seguem as opções de objetos jogados:

Um abacaxi

A agenda com telefone de outras mulheres

Uma "piriguete"

O primeiro é um abacaxi. A versão similar é uma bomba, que geralmente vem com os dizeres “agora a bomba é sua, você é o próximo“. Ou seja, pobre homem que pegar, vai ter que lidar com a mulher que ele divide a vida querendo formar casa e família. “Segura essa bomba uehueheuheuheueueeu”. Sério, caras? Por favor, cresçam.

O segundo consegue ser ao mesmo tempo mais depreciativo que a bomba e menos que o último. É a “agenda do pegador”. E daí se o cara passou os últimos anos namorando com a mulher com quem ele está se casando agora? Pela lógica imbecil de quem joga isso, você só se “desfaz” afetivamente ou sexualmente de outras mulheres depois que casa.

O terceiro é uma versão piorada da tal agenda: o noivo joga uma boneca, que representa “a piriguete”. Obviamente ele deixa bem claro aí que “piriguete” são as outras, a mulher dele é maravilhosa e é por isso que ele está casando com ela e descartando a outra. Além de baixo, é completamente desumanizador, é tratar a mulher como uma coisa.

Por último, mas não menos importante: os bonequinhos do bolo. Te parece divertido ver em cima do bolo, naquele momento em que o casal está brindando com a família e amigos queridos, um bonequinho simbolizando você arrastando/algemando seu noivo e o fazendo casar à força? Não é muito mais legal e engraçado fazer com que toda a festa mostre a história linda que fez com que vocês chegassem ao ponto de dividirem o mesmo teto? Se seu noivo não está casando obrigado ou sob pressão, porque esses bonecos que fazem de você uma noiva “megera” estão no topo do seu bolo?

Longe de mim querer cagar regra na festa de casamento alheia, mas a gente precisa parar de naturalizar essas “brincadeiras”, principalmente no nosso grande dia. Antes de nos cegarmos pelo afã de reproduzir o que há de tendência nas festas badaladas de casamento, é sempre bom pensar se aquilo vai faltar com respeito com você mesma ou com o seu relacionamento.