Uma das grandes dificuldades  muitas pessoas consideradas obesas passam é a redução da mobilidade. Não conseguir passar pela roleta do ônibus, ter dificuldade na hora de sentar em cadeiras de plástico, poltronas de cinema ou avião. Pensando nas pessoas com mobilidade reduzida, no Rio de Janeiro (e em algumas outras cidades do Brasil) foi criada uma lei que dá prioridade pra obesos, junto com idosos, gestantes e portadores de necessidades especiais.

O assunto é controverso dentro da militância. Essa lei também permite outros “benefícios” como meia entrada e local especial em shows e festivais. Ao mesmo tempo que protege aqueles que sofrem com a falta de mobilidade, patologiza o corpo gordo.

Existe um movimento muito forte na militância gorda pra que a gente pare de colocar a obesidade como uma doença. Tem também uma corrente entre médicos que estuda e luta pra que o corpo gordo seja despatologizado. Afinal, o único sintoma da “doença obesidade” é: ser gordo, ter o IMC  (um cálculo obsoleto e simplista) acima de 30. Hipertensão, diabetes, dor “nas juntas” ou qualquer outra doença associada diretamente à obesidade – olha que surpresa – também é passível de estar presente em pessoas magras.

Hoje, o que rola é muita gente enquadrada no perfil de obesidade graças ao cálculo falho do IMC e aproveitando disso pra garantir vantagem, com o discurso revanchista de “se vão patologizar meu corpo, vou tirar proveito de alguma forma.”

Bom, em primeiro lugar, acredito que a lei que diz sobre obesos deveria cair, passando pra “pessoas com dificuldade de locomoção, que iria abranger não só pessoas gordas. Além disso, me recuso a aproveitar um benefício que deve ser usado por quem realmente precisa e que me transforma em uma pessoa doente, sendo que tô aqui gozando de saúde plena.