À primeira vista, o título choca. Em conversa com uma amiga, chegamos à conclusão que amamos nossos corpos, mas ser gorda numa sociedade extremamente gordofóbica não é moleza.
Não me admira um monte de gordas que sempre falarem de amor próprio estarem sucumbindo à dietas “milagrosas” e cirurgias.  Tem muita gente chegando no limite, muitas vezes por terem acreditado na falácia que o amor próprio muda tudo.

A real é que o fato de amar meu corpo muda muito o jeito como eu vejo o mundo, mas infelizmente não tem influência sobre como o mundo me vê.

Amo meu corpo, mas odeio ser tratada como doente pelo médico antes mesmo dele me examinar.

Amo meu corpo, mas odeio ficar apreensiva quando vou a cinemas e teatros sem saber se vou caber nas poltronas e cadeiras. E quando vou a uma festa, sem saber se as cadeiras vão suportar meu peso;

Amo meu corpo, mas odeio os olhares julgadores pra ele.

Amo meu corpo, mas me dá raiva pensar em ter que comprar duas passagens de avião se quiser viajar com conforto;

Amo meu corpo, mas sinto incômodo em ter gente controlando tudo o que ponho no meu prato sob a desculpa de preocupação com a minha saúde;

Amo meu corpo, mas me magoa ver gente que eu amo dizendo que “não pode engordar de jeito nenhum”;

Amo meu corpo, mas fico frustrada quando vejo uma tendência de moda que muitas vezes só vai chegar no meu tamanho quando já estiver saturada;

Amo meu corpo, mas tenho pavor de andar de ônibus desde que fiquei entalada na catraca e tive que pedir pra me empurrarem pra eu passar.

Conhecer e amar meu corpo foi só o começo de uma trilha que não é fácil, mas que vai me ajudar a chegar longe. Ser uma gorda resistente é exaustivo, mas sigo resistindo.

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